10.7.09

CHOCOLAT ARE GIRL'S BEST FRIEND!

(- em tempos de crise mundial e hormonal, quem pensa em diamantes?)

Drummond disse uma vez que há duas épocas na vida em que a felicidade está numa caixa de bombons: na infância e na velhice. Tudo bem, eu perdôo. Drummond não nasceu mulher, nunca teve TPM. Ele não sabia que há uma época do mês, durante toda uma vida, em que a felicidade de uma mulher mora bem ali: no doce sabor de um bombonzinho.
Mentira minha? Ah, não sei, não. "Naqueles dias ", meu bem, só um docinho na boca pra salvar o humor e acalmar os ânimos. Claro que - se possível - também queremos colo, elogios e um bom cafuné. Mas chocolate - ah, chocolate não tem erro! Ele está sempre ali. Nos esperando... Nos acalmando... Mandando baldes de serotonina para nosso corpo desassossegado. Um namorado também ajuda. Ou não. Quem não nasceu mulher nunca vai saber ao certo como é ser mulher. Como é ter um monte de hormônios no comando, nos deixando assim: à mercê de toda nossa loucura. Ah, Deus tenha piedade de nós! (E de todos os homens que aguentam nossas maluquices!). Temos direito universal a sermos loucas e complicadíssimas uma vês por mês e, mesmo assim, continuarmos sendo amadas e queridas por nossos amigos e amores. Já ouvir dizer que TPM é frescura. Eu confesso que não é. Ficamos chatas de verdade e ninguém - em sã consciência - quer parecer chata. (Afinal não somos burras. Ou somos?). Às vezes fico irritada. Em outras (a grande maioria), fico emotiva e comovida com todas as dores do mundo. Por favor, grifem essa parte: com todas as dores do mundo. Sofro por todas, por tudo e choro. Choro vendo Jornal Nacional, choro ouvindo música, choro porque o humilde velhinho tirou um botão pra pagar o pão achando que era moeda... (Ah, não!!!). E choro - copiosamente e sem fim - vendo as reprises de Greys Anatomy (porque todo hospital resolve morrer bem no dia em que eu fico menstruada?)
...E a mão do doutor treme, o mundo treme, o queixo treme, o humor se alterna e os homens - nossa! - como eles tremem! Morrem de medo de nós porque não sabem o que os aguardam. (Se a gente mesmo não sabe, imaginem eles!).
Por isso, hoje, num dia incrivelmente comum onde nada lá fora acontece e dentro de mim TUDO ferve, eu resolvi escrever esse texto. Porque milhares de bombons Sonhos de Valsa foram atraídos para o meu contexto super hormonal e consumidos sem a mínima culpa (sim, nesse período, não existe espaço para culpas!). E agora, SÓ AGORA, posso dizerm com a maior certeza e doçura do mundo: CHOCOLATE É O MELHOR AMIGO DA MULHER!

(Fernanda Mello)

Absolvendo o Amor

Uma mulher namora um príncipe encantado por dois meses e então descobre que ele não é príncipe porcaria nenhuma, e sim um bobalhão que não soube equalizar as diferenças e sumiu no mundo sem se despedir. Mais um, segundo ela. São todos assim, os homens. Ela resmunga que não dá mesmo para acreditar no amor.
Peraí. Por que o amor tem que levar a culpa por esses desencontros? Que a princesa não acredite mais no Pedro, no Paulo ou no Pafúncio, vá lá, mas responsabilizar o amor pelo fim de uma relação e não querer mais se envolver com ninguém é preguiça de continuar vivendo. Não foi o amor que caiu fora. Aliás, ele talvez nem tenha entrado nessa história. Quando entra, é para contribuir, para apimentar, para dar sabor, para ser feliz. Se o relacionamento não dá certo, ou dá certo por um determinado tempo e depois acaba, o amor merece um aperto de mãos, um muito obrigada e até a próxima. Fique com o cartão dele, com os contatos todos, você vai chamá-lo de novo, vai precisar de seus serviços, esteja certa. Dispense namorados, mas não dispense o amor, porque este estará sempre a postos. Viver sem amor por uns tempos é normal. Viver sem amor para sempre é azar ou incompetência. Mas não pode ser uma escolha, nunca. Escolher não amar é suicídio simbólico, é não ter razão para existir. Não me venha falar de amigos e filhos e cachorros, essas compensações amorosas sofisticadas, mas diferentes. Estamos falando de homens e mulheres que não se conhecem até que um dia, uau. Acontece.
Segunda história. Uma mulher ama profundamente, é amada profundamente, os dois dormem embolados e se gostam de uma forma indecente, de tão certo que dá a relação, e de tão gostosa que são inclusive as brigas. Tudo funciona como um relógio que ora atrasa, ora adianta, mas não pára, um tiquetaque excitante que ela não divulga para as amigas, não espalha, adivinhe por quê: culpa. Morre de culpa desse amor que funciona, desse amor que é desacreditado em matérias de jornal e em pesquisas, desse amor que deram como morto e enterrado, mas que na casa dela vive cheio de gás e ameaça ser eterno. Culpa, a pobre mulher sente, e mais: sente medo. Nem sabe de quê, mas sente. Medo de não merecê-lo, medo de perdê-lo, medo do dia seguinte, medo das estatísticas, medo dos exemplos das outras mulheres, daquele mulher lá do início do texto, por exemplo, que se iludiu com mais um bobalhão que desapareceu sem deixar rastro-ou bobalhona foi ela, nunca se sabe. Mas o fato é que terminou o amor da mulher lá do início do texto, enquanto essa criatura feliz e apaixonada, é ao mesmo tempo infeliz e temorosa porque sente aquilo que tanta gente busca e pouco encontra: o tal amor como se sonha.
Uma mulher infeliz por amar de menos, outra infeliz por amar demais, e o amor injustamente crucificado por ambas. Ele, coitado, sendo acusado de provocar dor, quando deveria ser reverenciado simplemente por ter acontecido na nossa vida, mesmo que sua passagem tenha sido breve. E se não foi, se permaneceu em nossa vida, aí nem se fala. Qualquer amor-até aqueles que a gente inventa- merece nossa total indulgência, porque quem costuma estragar tudo, caríssimos, somos nós.

(Martha Medeiros)

30.6.09

Albert Camus; Uma vez escreveu:
"Abençoado os corações flexiveis; Pois nunca serão partidos"

Mas eu penso comigo mesmo; Se não partirem, não se curam. E se não houver a cura, não há aprendizado. E se não houver aprendizado, não há luta. Mas a luta é uma parte da vida, não é!?Então todos os corações precisam ser partidos?

(One Tree Hill) ♥

Existem duas tragédias na vida

"George Bernard Shaw escreveu:
'Existem 2 tragédias na vida. Uma é perder o que o seu coração deseja. A outra é conseguir.'

Brooke - É evidente que Shaw sofreu muitas vezes.

Nathan - Segundo a minha opinião, Shaw era um bobo. Sabe por quê? As tragédias acontecem. O que vai fazer, desistir? Abandonar? Não. Agora entendo que quando você se magoa, precisa lutar para garantir que continue vivo. Porque você está vivo. E a dor que você sente... É a vida. A confusão e o medo? São para lembrar que em algum lugar existe algo melhor. E que vale a pena lutar por isso.

Hales - Esse ano, eu tive tudo o que desejei...mas, no caminho, eu perdi muito mais.

Lucas - Shaw tinha razão. Ao lutar pelas coisas que queremos, pelo que achamos que fará nossa vida melhor, o dinheiro, a popularidade, a fama... ignoramos aquilo que realmente importa. As coisas simples como a amizade, a família, o amor... as coisas que provavelmente já tínhamos.

Mouth - O Sr. Shaw pensa que obter o que o coração deseja é uma tragédia. Acho que ele está errado. É evidente que Shaw nunca beijou a Érica Marsh.

Peyton - Sim. Perder o que você mais ama é uma tragédia. Mas obter o que deseja é tudo o que pode esperar. Este ano, eu desejei ter um amor. Entregar-me a alguém e despertar o coração que temia sentir. Meu desejo foi concedido. Se obter isso é trágico, então prefiro a tragédia. Porque não trocaria isso por nada no mundo. "



(One Tree Hill ) ♥

23.6.09

Você sabe aquela visão romântica de que todo o lixo e dor é na verdade terapêutica e bonita, e até poética? Não é verdade. É apenas lixo, e apenas dor. Você sabe o que é melhor? O amor. O dia em que você começar a achar que o amor é supervalorizado, é o dia que você estará errado. A única coisa errada sobre o amor, a e a crença é não tê-los. ♥

(One Tree Hill )

5.6.09

E agora você está aí, com esse amor que não estava nos planos. Um amor que não é a sua cara, que não lembra em nada o amor solicitado. E, por isso mesmo, um amor que deixa você em pânico e êxtase. Tudo diferente do que você um dia supôs, um amor que te perturba e te exige, que não aceita as regras que você estipulou. Um amor que a cada manhã faz você pensar que de hoje não passa, mas a noite chega e esse amor perdura, um amor movido por discussões que você não esperava enfrentar e por beijos para os quais não imaginava ter tanto fôlego. Um amor errado como aqueles que dizem que devemos aproveitar enquanto não encontramos o certo, e o certo era aquele outro que você havia encomendado, mas a vida, que é péssima em atender pedidos, lhe trouxe esse conforme-se, saboreie esse presente, esse suspense, esse nonsense, esse amor que você desconfia quem nem lhe pertence. Aquele amor em formato de coração, amor com licor, amor de caixinha, não apareceu. Olhe pra você vivendo esse amor a granel, esse amor escarcéu, não era bem isso que você desejava, mas é o amor que lhe foi destinado, o amor que começou por telefone, o amor que começou pela internet, que esbarrou no elevador, o amor que era pra não vingar e virou compromisso. Olha você tendo que explicar o que não se explica, você nunca havia se dado conta de que amor não se pede, não se especifica, não se experimenta em loja – ah, este me serviu direitinho! Aquele amor discretinho por você tão sonhado vai parar na porta de alguém para o qual um amor discretinho costuma ser desprezado. Repare em como a vida é astuciosa. Assim são as entregas de amor, todas como se viessem num caminhão da sorte, uma promoção de domingo, um prêmio buzinando lá fora, mesmo você nunca tendo apostado. Aquele amor que você encomendou não veio, parabéns! Aproveite o que lhe foi entregue por sorteio.

(Martha Medeiros)
Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente.Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu queria amar o que eu amaria - e não o que é. É também porque eu me ofendo a toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim.Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente.Talvez eu tenha que chamar de "mundo"esse meu modo de ser um pouco de tudo. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário(...). Eu que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu."

(Clarice Lispector )